O líder da oposição namora a filha do governador
Zózimo Tavares (*)
Petrônio Portella começou sua carreira política como candidato a deputado estadual, nas eleições de 1950, pela União Democrática Nacional (UDN).
Não se elegeu, mesmo com seu pai, Eustáquio Portela, sendo prefeito de Valença do Piauí, à época um dos maiores municípios do Estado.
Na condição de suplente, foi convocado em diversas ocasiões para exercer o mandato na Assembleia Legislativa, por articulação da UDN.
Nas eleições seguintes, em 1954, elegeu-se deputado estadual.
Quando esteve na Assembleia, liderou a bancada da oposição.
Ao mesmo tempo, namorava a filha do governador Pedro Freitas (1951-1955), Iracema de Almendra Freitas, com quem viria a casar-se.
Contudo, seus novos laços de família não o levaram a arrefecer a vigilância sobre os rumos do governo. Para tanto, a esposa colaborou decisivamente, como relatou o senador Bernardino Viana:
– Ela procurou pôr cada coisa no seu devido lugar, separando muito bem as ternuras do amor das lutas políticas.
Prefeito de Teresina
Nas eleições de 1958, Teresina se preparava para eleger o sucessor do prefeito Agenor Almeida, um dos melhores administradores da capital.
O candidato favorito à sucessão do prefeito era Chrysippo Aguiar, irmão do ex-governador e ex-senador Eurípides de Aguiar, figura de longa e marcante atuação política no Piauí.
A UDN mirou na candidatura do professor Valter Alencar para concorrer ao pleito, mas ele não aceitou ser candidato.
O partido bateu, então, à porta do deputado Petrônio Portella, que entrou na disputa muito mais para cumprir uma missão partidária, praticamente sem chance de vitória. Mas acabou eleito. (Segue).
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(*) Jornalista e escritor. Autor dos livros “Petrônio Portella”, publicado pelo Senado Federal, em 2010, como Volume 7 da Coleção Grandes Vultos que Honraram o Senado, e de Petrônio Portella – Uma biografia, editado em 2012.