ESPECIAL: PETRÔNIO PORTELLA – 100 ANOS (Parte 3)

Por: Assessoria

Teresina - PI

Governador Petrônio Portella em Parnaíba.
Governador Petrônio Portella em Parnaíba.

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TELLA – 100 ANOS (Parte 3)

Governador através de aliança impossível

Zózimo Tavares (*)

A inesperada vitória do deputado estadual Petrônio Portella para prefeito de Teresina, nas eleições de 1958, ocorreu em uma conjuntura político-familiar para lá de delicada.

Em 1958, eram realizadas também as eleições estaduais.

O candidato a governador pelo PSD (o partido do governo), era o professor Dedé Gayoso, filho do ex-governador Pedro Freitas e sobrinho do governador Gayoso e Almendra.

O candidato governista era, portanto, cunhado de Petrônio, candidato a prefeito justamente no palanque das oposições.

Naquele pleito, a UDN de Petrônio havia se aliado ao PTB, que apresentou como candidato o deputado federal Chagas Rodrigues.

Resultado: ambos, Chagas e Petrônio, foram eleitos pela chapa batizada de “Oposições Coligadas”.  

Juntando água e óleo

Nas eleições seguintes, em 1962, a situação partidária no Piauí já havia assumido outra configuração: a UDN era minoritária; o PSD, o maior partido e o PTB, a terceira força.

Quando a campanha eleitoral chegou, Petrônio já havia rompido com o governador Chagas Rodrigues.

O candidato do governador à sua sucessão era o deputado estadual Constantino Pereira, do PSD.

Petrônio candidatou-se ao Governo do Piauí. E costurou uma aliança que parecia impossível.

Em seu palanque estavam expressivas lideranças do PSD – o partido antagônico da UDN –, dissidentes do PTB e líderes de outros partidos pequenos.

Contava também com o apoio do governador Tibério Nunes, que assumiu o governo com a renúncia de Chagas para ser candidato a senador.

Dizia-se nos meios políticos que Petrônio havia misturado água e óleo. E foi assim que ele se elegeu governador do Piauí. (Segue)

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(*) Jornalista e escritor. Autor dos livros “Petrônio Portella”, publicado pelo Senado Federal, em 2010, como Volume 7 da Coleção Grandes Vultos que Honraram o Senado, e de Petrônio Portella – Uma biografia, editado em 2012. 

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